Aprovar a PEC 412 é o objetivo incansavelmente buscado. É a tal “PEC da Autonomia”, que em nada contribuirá no combate à corrupção se a estrutura de cargos da Polícia Federal e o modelo de investigação resistirem a mudanças muito mais necessárias e impactantes do que a aprovação dessa PEC inócua (ou mesmo nociva) para a segurança pública.
Conforme se depreende da nota contida no blog do jornalista Matheus Leitão, do G1, a reclamação dos delegados da Polícia Federal gira em torno da defesa implícita da PEC 412 (em nenhuma parte do texto, a mesma foi mencionada).
Fato lamentável da chiadeira, mas que não causa espanto aos demais policiais, diz respeito à afirmação de que “A Polícia Federal iniciou em março uma campanha por autonomia do órgão, que tem recebido apoio de parte da sociedade, mas também críticas, como a de integrantes do Ministério Público Federal“. Senão, vejamos:
Faz-se necessário esclarecer que a Polícia Federal é composta por uma babel de cargos policiais (agentes, delegados, escrivães, papiloscopistas e peritos), além dos valorosos servidores administrativos. Afirmar que “A Polícia Federal iniciou…” não reflete a realidade dos fatos, pois os agentes, escrivães, papiloscopistas e peritos são manifestamente contrários à aprovação da PEC 412.
A Portaria do Ministro da Justiça garante mais autonomia à Polícia Federal, não havendo, portanto, motivos para insatisfação. A choradeira e a falácia decorrem do fato dessa portaria não garantir mais poder ao cargo policial que “apura” os crimes, mas que, inexplicavelmente (logística insana da polícia judiciária brasileira), necessita de “equipes de investigação” para fornecer (à apuração) a autoria e a materialidade dos crimes, impossíveis de se obter apenas dos “gabinetes” refrigerados das unidades policiais.
FONTES
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